Eixos temáticos

As comunicações a serem feitas na conferência deverão abarcar de forma interdisciplinar as temáticas indicadas abaixo:
Este eixo visa a que se explore os escritos dos intelectuais das colónias, que tendo se servido dos meios modernos da vida urbana como a imprensa e o direito a agremiações, destes se apropriaram respondendo à circulação de ideias do mundo e constituindo associações. A referenciação à história desses intelectuais e à sua cultura cívico-literária, a despeito da sociedade racializada que tiveram de enfrentar em suas premonitórias imaginações de liberdade, cumpre o intento do de-silenciamento genealógico de sujeitos e, sobretudo, de melhor consubstanciação de sua conexão histórica com os intelectos e ideais africanistas que vieram a ser posteriores ou sucessores a partir de meados do século XX.
Esta temática busca a que se compreenda as conexões societais que mostrem como que movimentos que aparentemente ou historiograficamente poderiam ser vistos como antípodas continham em seu interior consciências produzidas de relações similares, o colonialismo, sua execração do homem pelo trabalho e racismo. A memória da negação e do sofrimento presente nas sociedades colonizadas se metamorfosearam em protestos e ideologias, sejam elas sob narrativas de fé sincréticas, sejam as que já anunciavam, por contágio com o mundo laboral urbano, a consciência de classe, étnica ou feminista, e finalmente nacionalista.
Neste eixo, os movimentos intelectuais independentistas, dos quais os timoneiros decisivos dirigiram as lutas de libertação nos respectivos territórios de Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, poderiam ser de forma holística interpretados como a revelação filosófica em circunstâncias mundiais ideais do processo formativo e acoplamento de lutas políticas emancipatórias. A dimensão desse acoplamento filosófico, ideológico, político e militar tem, decerto, vínculos imperiais, dado que foram sujeitos colonizados por regimes legais, políticos, económicos e linguísticos similares no império colonial português. A experiência orgânica que a CONCP foi, revelou esse vínculo de histórias, não obstante geograficamente distanciadas, suas lutas independentistas são fecundamente comuns.
Neste eixo temático, cabe-nos chamar a memória e os documentos para a patrimonialização do processo maior e único da descolonização da África; a descolonização sangrenta maior, provavelmente, em número de perdas humanas, entre civis e militares, considerando que Portugal alimentou no continente africano cinco lutas armadas em cinco territórios onde se defendeu durante uma década até à sua derrota final, capitulação militar, em Lisboa, a capital do império, a 25 de Abril de 1974. As memórias e os documentos que se abrem do silêncio e à libertação literária e científica, passados estes 50 anos das Independências de Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, são chamados ao conhecimento e para a reconciliação historiográfica, a bem do futuro dos Povos. Acima de tudo, as Independências Nacionais devem ser consagrada pela sua história seminal, a dialética do império e imaginação política nacional, da Libertação e Liberdade, da guerra prolongada e reconciliação.

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